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domingo, 27 de maio de 2012

Juliana Galdino dirige MENOS EMERGÊNCIAS, de Martin Crimp no Festival Cultura Inglesa.


Menos Emergências 


Gênero: Drama 
Em um mundo cada vez mais “espetacular”, é possível reagir de forma espontânea aos eventos que nos cercam ou às nossas próprias crises emocionais? Na peça três histórias se complementam. Este recurso é muito utilizado nas artes plásticas, e foi adaptado ao teatro pelo autor. A primeira história é sobre uma mulher que percebe que seu casamento é um erro, mas continua cúmplice do marido em uma mentira pública. Na segunda, acontece um massacre em uma escola. Na última, o filho do casal da primeira história está trancando numa torre, isolado da violência que o cerca. As três histórias de Martin Crimp, combinadas, são como perversos contos de fada modernos, trazendo o pesadelo “de volta ao lar”. 
Autor: Martin Crimp. Direção: Juliana Galdino. Com Donizeti Mazonas, Lianna Matheus e Susan Damasceno. 
Estreia dia 1 de Junho (sexta) 
Até 3 de Junho, Sexta e sábado, às 21h e domingo, às 19h 
Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros (194 lugares) 
Rua Dep. Lacerda Franco, 333 (Pinheiros)  
Tel:             (11) 3814-0100       
Preço na Bilheteria: Grátis 
(Retirar os ingressos com 1h de antecedência.)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Matéria/critica sobre AMANTE, publicada no Estadão


Do site: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cia-club-noir-mostra-novo-espetaculo-inspirado-em-marguerite-duras-,876198,0.htm


Cia. Club Noir mostra novo espetáculo inspirado em Marguerite Duras
Peça 'Amante', estrelada por Caco Ciocler, está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil


GUILHERME CONTE - O Estado de S.Paulo

Peça 'Amante'

Pedaços de corpos começam a ser encontrados em malas deixadas em vagões de trens, em diversos lugares da França. A investigação policial logo descobre um fato no mínimo curioso: os fragmentos faziam parte do mesmo corpo, e todos os trens partiram da mesma cidade. Só que a cabeça nunca foi encontrada.

Foi a cobertura desse crime brutal que inspirou Marguerite Duras (1914-1996) a escrever A Amante Inglesa, romance que publicou em 1967 e algum tempo depois verteria para o teatro. A peça original consistia na sucessão dos depoimentos da assassina e de seu marido. É quando descobrimos que a vítima era amante dele. Uma jovem surda-muda, colega de trabalho.

Amante, que a Cia. Club Noir estreou no sábado no Centro Cultural Banco do Brasil, foi livremente inspirada na peça de Duras. O dramaturgo e diretor Roberto Alvim conta que escreveu sob o impacto da leitura do original. "Li o texto e escrevi esta nossa versão. Depois nem voltei mais a ele, nem reli. Esta obra é o resultado do que ficou em mim daquela leitura."

A estrutura convencional e cartesiana do texto de Duras ganhou, nas mãos de Alvim, uma feição completamente nova. O espetáculo é construído por saltos no tempo e no espaço, personagens que se completam e se apropriam de frases uns dos outros, solilóquios que se entrelaçam em uma atmosfera que sugere um não lugar.

Juliana Galdino interpreta a assassina, Caco Ciocler vive o marido e Bruno Ribeiro, o investigador. As cenas prescindem de movimentos ou gestos; o rigor cênico de Alvim concentra nas palavras, e na maneira como são ditas, a potência do texto. É preciso ver e, sobretudo, ouvir, com extrema atenção. É no detalhe quase sussurrado que são erigidas, pouco a pouco, as peças desse quebra-cabeça. As cenas se sucedem como pinturas.

Alvim conta que a intenção era justamente fazer com que as lacunas dessem ao público a autonomia para que cada um construísse seus próprios sentidos. "Esta não é uma história sobre um crime. O que nos move é a investigação da própria alma humana", diz, sintetizando aí um dos faróis que norteiam a produção e a pesquisa da companhia.

Em um mundo cada vez mais marcado pela busca de explicações - as prateleiras das livrarias estão cheias de livros cuja intenção é "desvendar" os motivos de tudo, da falência de um casamento às razões do estresse no trabalho -, é na direção da essência que a Club Noir dirige seu olhar.

"O que nos interessa aqui é o inconsciente, onde mostramos quem realmente somos", afirma Alvim. A quebra da linearidade narrativa e a austera economia de movimentos leva, no limite, ao questionamento do que realmente se necessita, hoje, para contar uma história. Que sentidos são possíveis de serem construídos no mundo de hoje?

Impossível não vincular uma história como esta aos fenômenos midiáticos formados a cada crime bárbaro que, de tempos em tempos, acontece aqui ou no resto do mundo. "Reconhecemos nesses assassinos uma sombra que existe em todos nós, impulsos primários", avalia Alvim. "E, quando investimos violentamente sobre essas pessoas, na tentativa de destruí-las, são as nossas próprias sombras que temos como alvo."

Em tempos nebulosos como os que vivemos, trabalhos como o da Club Noir se fazem mais do que necessários, como alguns dos últimos bastiões de resistência. Em vez de ter a pretensão de oferecer respostas, Alvim e sua trupe têm seu valor em justamente levantar questões. Quando tentam nos vender certezas forjadas e embaladas, cabe às vozes do teatro perguntar: a verdade realmente existe?

Entrevista com Caco Ciocler, Roberto Alvim e Juliana Galdino sobre a peça Amante

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Em cartaz


A Amante Inglesa, obra de Marguerite Duras, uma das mais revolucionárias escritoras francesas, inspirou Roberto Alvim a reescrevê-la para o teatro.

Assim surge Amante, espetáculo que estreia neste sábado, 18h, no CCBB São Paulo, com Caco Ciocler, ator convidado da Cia Club Noir, Juliana Galdino e Bruno Ribeiro no elenco.

Complexa, com muitos deslocamentos no tempo e no espaço, para Alvim, “o palco se torna um território perigoso, instável”. Uma instigante história onde a investigação criminal se torna poética, com temporada até 1º de julho, no CCBB SP.

Estreia de A Mante é destaque nos guias culturais.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A mante. Folha de São Paulo 17/05/2012


do site: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1091558-amante-e-a-doenca-da-morte-revisitam-obra-de-marguerite-duras.shtml

"Amante" e "A Doença da Morte" revisitam obra de Marguerite Duras


GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A visão poética de Marguerite Duras (1914-1996) incide sobre a vida de forma desestabilizadora. A autora e roteirista francesa, que ganhou notoriedade com livros como "O Amante" e filmes como "Hiroshima Mon Amour", dedicou-se a instaurar zonas insólitas com sua escrita.

Duras inspira dois espetáculos que devem se destacar na cena teatral de São Paulo.

"Amante", que estreia neste sábado, foi escrita e encenada por Roberto Alvim e é livremente adaptada do livro "A Amante Inglesa", escrito por Duras nos anos 1960. E "A Doença da Morte" é transposição aos palcos de uma obra de 1982, sob a direção de Marcio Aurelio.

As dramaturgias abertas dos dois espetáculos misturam os espaços real e mental, além de embaralharem passado, presente e futuro.

"Os discursos de Duras não se localizam no âmbito da comunicação unívoca, de uma só interpretação possível, mas na instância polissêmica da poesia, em que vários sentidos são aceitos. Sua obra instaura o enigma permanente", define Alvim.

Lenise Pinheiro/Folhapress

Paula Cohen e Eucir de Souza em "A Doença da Morte"
Habituado a reconstruir os textos que inspiram suas montagens, Aurelio desta vez segue à risca as palavras e os apontamentos da autora para a adaptação teatral de "A Doença da Morte". "Duras é uma grande poeta. A experimentação que ela propõe gera uma construção espetacular", diz.

MUNDO PARTICULAR

"Em Duras, cada frase contém um mundo", diz Paula Cohen, atriz que forma, com Eucir de Souza, o casal protagonista de "Doença", cujo título diagnostica o mal da contemporaneidade. Segundo Aurelio, a doença da morte é a incapacidade de amar.

Para Souza, Duras apresenta uma situação que teria potencial para se tornar uma história de amor. "O homem e a mulher poderiam se relacionar, se olhar como pessoas, ficar juntos. Mas isso não acontece", adianta.

Diferentemente de Aurelio, Roberto Alvim opta pela reconstrução total da obra de Duras. Radicaliza a tentativa da autora de dar contornos poéticos a uma investigação de um crime real ocorrido na França nos anos 1960.

Com a ajuda das atuações de Juliana Galdino e Caco Ciocler, o diretor constrói uma obra em que a apuração do caso se desenrola de forma ainda mais pulverizada, cheia de significados.

"Queria recuperar a potência causada pelo texto quando foi escrito. Hoje estamos preparados para instâncias poéticas menos explicativas", observa, alfinetando colegas de ofício. "A produção atual [do país] é muito infantilizada, didática, unívoca. Minha intenção foi criar uma peça que desse autonomia de percepção ao espectador."

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A MANTE estreia dia 18 de Maio





Amante é um texto do diretor Roberto Alvim livremente inspirado na obra A Amante Inglesa, de Marguerite Duras, com os atores Caco Ciocler, Juliana Galdino e Bruno Ribeiro, da companhia Club Noir. Na peça, um investigador de polícia conduz duas entrevistas: uma com Pierre (o marido) e outra com Claire (a esposa). 


Passado e presente se misturam em monólogos que se articulam de modo surpreendente, revelando as partes que compõem este enigma. Claire assassinou brutalmente uma mulher (Maria, a empregada da casa, surda e muda), cortando seu corpo em pedaços. O que parecia uma história criminal se transforma em uma profunda investigação acerca dos recantos obscuros da alma humana, nos conduzindo para dentro da mente das personagens. 


O delírio se instaura, e a verdade vai se desvelando de forma cada vez mais complexa. A sutileza aguda do texto, sua permanente ambiguidade, é a ferramenta que desenha uma estranha densidade poética, intensa e múltipla de sentidos.




19 Mai a 1 Jul
Local: Teatro | CCBB SP 
Horário: Sexta, às 20h, sábado, às 18h e às 20h, e domingo, às 19h 



terça-feira, 15 de maio de 2012

Chistiane Riera por Roberto Alvim




do site: http://www.spescoladeteatro.org.br/noticias/ver.php?id=2041#.T7G-Blk53WQ.facebook






dia 11 de maio de 2012, faleceu christiane riera, uma das pensadoras mais sensíveis que já conheci. foi crítica de teatro da folha de são paulo, e seu texto sempre olhava fundo no que via. tinha a capacidade, imprescindível a todo grande crítico, de manter a mente aberta diante de obras de arte, tentando perceber qual era o sistema formal instaurado ali. não ia ao teatro com um modelo específico em mente, mas sim dialogava com as peças e com os artistas de modo absolutamente criativo. uma grande perda para o pensamento teatral de ponta no brasil... sua crítica de minha peça PINOKIO foi a coisa mais bela que já escreveram sobre nosso trabalho. obrigado, cara amiga. amor ao teatro e generosidade no olhar sempre foram seus nortes; quando estas qualidades se aliam à inteligência criadora e à erudição orgânica, temos um tipo de brilh o raro. é isso: christiane riera foi rara.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Matéria do jornal Correio do Povo - 5 de Maio de 2012


Para quem vive de cultura
Expedito Araujo

Muitos artistas se manifestam com reverberação por espaços de intervenção, sobretudo, ao tratar a cultura como um encontro vivo, possível e palpável. Assim, a potencialização de ações a partir da apropriação de ferramentas que proporcionam o "vir a ser" - como um meio e não um fim - possibilitam uma real ação de artistas a emergir e transcender conceitos no mundo da arte. Ser artista é transfigurar o senso comum, e o senso comum é cultural.

Percebo muitos coletivos criando suas alternativas como centros geradores de transformação perante a realidade da economia para a cultura. Exemplos admiráveis! Entre eles, posso citar Club Noir (SP), Ói Nóis Aqui Traveiz (RS), Coletivo Angu de Teatro (PE), Cia. Cacos de Teatro (AM), Cia Luna Lunera de Teatro (MG), entre tantos outros.

Talvez esta seja uma forma de romper o processo de massificação em busca da construção coletiva do fazer para um possível plano de futuro, fazendo nascer uma espécie de realização "compartilhada", já que o foco para criação surge a partir de vontades, necessidades e urgências de cada grupo. Essas ações trazem à tona uma necessidade de um processo de "retransfiguração". Assim surge um novo lugar de ação da sociedade civil, onde os artistas conscientemente devem ser gestores de suas ações.

Hoje se estabelece uma ambiguidade de interesses individuais que interrompem a linearidade de qualquer problematização a respeito de conceitos que saem da estética cênica, com o devido respeito, e alcem voo para os novos modos de produção na contemporaneidade. Intimamente ligados às questões apontadas, temos um quadro onde cultura e teatro passam a existir como campo gerador de interseção que pode ser estabelecido de diversas formas. Por outro lado, num âmbito maior, efetivam-se cidades com artistas que "dançam" com perspectivas transformadoras de criação e ocupação da produção artística contemporânea; de formação de público; de ênfase na estética cênica como obra de arte, de democratização das ferramentas de trabalho; e, por fim, de novas condições de "lugar". Este texto não se fecha por aqui, outros aspectos poderiam ser apresentados. É apenas o começo de uma longa reflexão, como a que acontece neste domingo, no Theatro São Pedro, com o Debates Vivo EnCena: O Trágico na Contemporaneidade. Dessa forma, estabeleço um olhar abrangente sobre um viés da cena teatral que fundamenta, ainda mais, a identidade de nosso bem cultural e o valor do teatro brasileiro contemporâneo.