teatro - bistrô - café - livraria - jazz

teatro - bistrô - café - livraria - jazz
rua augusta 331 consolação tels:3255-8448 * 3257-8129

quarta-feira, 30 de março de 2011

Club Noir no FRINGE.


No começo de Abril, a Cia Club Noir estreará no Festival de Curitiba o espetáculo Hieronymus nas Masmorras, de Luis Felipe Leprevost.

Num jogo lírico-narrativo de múltiplas vozes, Hieronymus Nas Masmorras, de modo coeso e repleto de camadas de interpretação, interferindo na História e poeticamente (a poesia é justiça - Pasolini) a recriando, apresenta o aparecimento de um novo mito (criminoso ou vítima?), surgido num tempo em que a ordem mundial transita do desamparo à barbárie com a velocidade de um piscar de olhos que dura um piscar de olhos do poder e exploração em séculos e séculos de tragédia humana agora.

Hieronymus nas Masmorras
Direção: Roberto Alvim
Elenco: Juliana Galdino, Ricardo Grasson e Renato Forner
Trilha Sonora: F. Ribeiro
Figurino e Adereços: Juliana Fernandes
Iluminação: Roberto Alvim

Pinokio. Fotos de Bob Sousa.




















sexta-feira, 25 de março de 2011

FOLHA DE SÃO PAULO. Ilustrada 25/03/2011




Dramaturgo impulsiona teatro experimental do país



GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

O círculo é o signo da completude. Uma linha curva que ao se fechar traduz de maneira absoluta o conceito de perfeição.

Em "Pinokio", novo trabalho do autor e diretor Roberto Alvim e de sua Cia. Club Noir, uma esfera incompleta e um tanto distorcida coroa a cena.

Evoca um mundo instável, que traduz seu pensamento. Como artista, professor ou curador, Alvim fez progredir o teatro experimental do país nos últimos cinco anos.

Compôs uma grade de programação de alto teor experimental no Festival Internacional de São José do Rio Preto, em 2010.

Nas aulas de dramaturgia ministradas por ele na SP Escola de Teatro, em São Paulo, e no Núcleo de Dramaturgia do Sesi Paraná, em Curitiba, suas ideias revolucionárias sobre teatro contaminam também estudantes. Ele começa a formar uma nova leva de autores teatrais.

Cinco deles se apresentam no Fringe, mostra do Festival de Curitiba, que começa na terça. Entre eles, Luiz Felipe Leprevost, autor de "Hieronymus nas Masmorras", que estreia com encenação do próprio Alvim com Juliana Galdino, sua mulher e parceira na Cia. Club Noir, considerada uma das maiores atrizes de sua geração.

Lenise Pinheiro/Folhapress

O dramaturgo Roberto Alvim, que tem ideias revolucionários sobre o teatro, na sede do grupo Cia. Club Noir (SP)
"A maneira como nós compramos a ideia de vida humana é limitadora", diz Alvim, 38, à Folha.

A arte da Cia. Club Noir busca, a partir da linguagem, criar sobre o palco um universo desconhecido. "O grande teatro reconstrói o mundo", afirma.

Alvim relembra uma experiência definidora. Com oito anos, aventurou-se pela biblioteca de seus pais. Tirou da estante o livro "Histórias Extraordinárias", de Edgar Allan Poe.

Ao mergulhar na obra, o menino que se tornaria um dos mais radicais encenadores de teatro experimental na atualidade foi tomado por um pânico absoluto.

Em sua mente fértil, as sombras adquiriram vida e o invisível se propagou. "Ao travar contato com aquelas palavras, o mundo inteiro se desconstruiu e se reconstruiu na minha frente."

Trocou o sonho de ser físico nuclear por outro: seria autor de teatro.

Cia. Club Noir instiga com teatro caótico e pulsante

DE SÃO PAULO

A engrenagem da vida e a do teatro rodam fora do eixo para Roberto Alvim. Seu inconformismo com o mundo chegou a ser confundido com loucura.
Isso até o autor e diretor fundar com a atriz Juliana Galdino uma das mais investigativas companhias de teatro do país, a Cia. Club Noir, em 2006.
Em "Anátema", espetáculo inaugural do grupo, Alvim começa de fato sua busca pela construção de novos fundamentos teatrais.
Em "O Quarto" -vencedor do Prêmio Bravo! de melhor espetáculo de 2008-, fez renascer o primeira peça de Harold Pinter.
Em "Tríptico Richard Maxwell" -indicado ao Prêmio Bravo! de Melhor Espetáculo de 2010 e ao Shell pela pesquisa e criação da obra-, Alvim apresentou um panorama da arte vanguardista do dramaturgo norte-americano Richard Maxwell.
O encenador cria no palco sua própria visão de mundo, alterando a percepção cotidiana de tempo e espaço.

REALIDADE
Os dez espetáculos montados pela companhia evocam uma realidade que nasce a partir do texto e concretiza a ausência, rejeitando conceitos enraizados sobre sujeito, narrativa e interpretação.
Evidenciam também o apetite de Alvim por uma cena penumbral capaz de instigar o imaginário e uma arquitetura dramatúrgica original, na qual inúmeros emissores habitam um personagem.
Há cinco anos Alvim amadurece -e radicaliza- seus conceitos em cena. O ciclo dessa trajetória investigativa, que fez avançar o teatro contemporâneo do país, culmina justamente em "Pinokio", seu experimento artístico mais radical.
"Pinokio" é um filho feio (no sentido de que não está no padrão de beleza que a hegemonia elegeu) que marca o começo de algo realmente fundante. O início de uma vereda em direção a um planeta que não se conhece, mas onde se quer morar.
(GABRIELA MELLÃO)

Com neologismos, texto sacrifica recepção em nome de poesia cênica

CHRISTIANE RIERA
CRÍTICA DA FOLHA

O diretor e dramaturgo Roberto Alvim tem sido celebrado como um dos autores mais inovadores e arrojados à frente do Club Noir, criado em parceria com a atriz Juliana Galdino.
Sua mais recente montagem, "Pinokio", inspirada em "Pinóquio", de Carlo Collodi (1826-1890), vem reiterar esses títulos.
Do original, há pouco sobre o boneco que fabrica histórias, cujo drama está em padecer na transição do estado puramente material para a dimensão espiritual.
O ganho de vida traz o imponderável, algo moralmente confuso e angustiante. Diferentemente do clássico, o espetáculo apresenta seres humanos com a mesma angústia de se encontrar em processo de mutação. Em via contrária, aqui o espírito inquieto sofre com suas fusões em matéria.
Alvim elimina naturalismo e narrativas para criar rascunhos do que podemos vir a ser: "Uma coisa é alguém coisa".
A batalha é travada com um texto cheio de neologismos e palavras deslocadas que servem para inquietar, não para explicar. Trama e conflito cedem lugar a ruídos e sussurros, que carregam o tema do hibridismo entre corpos e máquinas.
"Restos dele escoam pelos canos intestinos vísceras tubulações da casa."
No palco, atores imóveis estão sujeitos à iluminação que os transforma. Luz branca resulta em troncos sombreados. Focos isolados revelam rostos pasmados. Por último, um vermelho insistente parece mergulhá-los em impalpável perigo.
Personagens são vozes aprisionadas e manifestas em timbres distintos. Do ponderoso tom de Juliana Galdino ao melancólico de Rodrigo Pavon, cria-se uma escala de ressonância acústica variada, segundo as diversas profundidades em que se posicionam no palco.
Com isso, a sensação é de instabilidade no espaço.
"Pinokio" é poesia cênica radical. Propõe a combinação de som e imagem como uma experiência sinestésica, mesmo que sacrifique facilidade na recepção do texto.
Se o hermetismo é veículo para reproduzir a aflição de um nebuloso mundo em transição, também afasta o espectador de tal fruição, ao oferecer pouquíssimos fios em que se agarrar na travessia por esse labirinto.
No final, olhares perplexos do público. Alguns inconformados com a obscuridade da proposta. Aqueles que aceitaram o tormento em lidar com um universo desconhecido refizeram a trajetória de um Pinóquio: "Um eco e a vertigem. Perguntas?".

PINOKIO

QUANDO de quinta a sábado, às 21h; domingos, às 20h
ONDE Club Noir (r. Augusta, 331; tel. 0/xx/11/3255-8448)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO não informada
AVALIAÇÃO ótimo






quinta-feira, 24 de março de 2011

Exposição de Edson Kumasaka no Club Noir


Bibelôs em Transe

O mundo está cheio de olhos. Olhos de gente, olhos de bichos (terrestres, aéreos, marítimos) e talvez até olhos de extraterrestres, que nos espiam como voyeurs do espaço. E o que esses olhos vêem? Que imagens uma baleia vê no fundo mar? Como será que um gavião-real enxerga as montanhas lá de cima? O que um cachorro vê quando nos olha fixamente? E um gafanhoto, o que ele vê com seus olhos multifacetados? O mundo que um mendigo da Praça da Sé vê será o mesmo mundo visto por um executivo da Bolsa de Valores?

Quantas vezes passamos diante de algo e seguimos em frente sem ver o que estava ali? Esse jogo de olhar e ver ou olhar e não ver pode ser fatal se pensarmos numa surucucu enrolada no meio de uma espessa folhagem e só vista quando já é tarde demais, quando as presas já penetraram no tornozelo. Ou pode se transformar numa brincadeira curiosa e inesperada quando um fotógrafo vê algo insuspeitado e dispara sua câmera.

O que chama mais atenção, de imediato, na série de fotos Bibelôs em Transe, de Edson Kumasaka é esse jogo do olhar de quem vê e do olhar de quem é visto. Ainda mais porque, nesse caso, “quem” é visto não é exatamente “alguém”. Mas não há como deixar de ver as expressões expressas nos olhares desses bibelôs: umas são abertamente catatônicas, meigas ou desconfiadas, outras são francamente assustadoras.

Quantas vezes passamos diante de prateleiras de lojas e não vimos o mesmo que Edson Kumasaka viu, selecionou, enquadrou e fotografou?

E esse é o ponto mais interessante desse jogo: o fotógrafo não tirou os bibelôs dos seus lugares, não os levou para um estúdio, não escolheu a luz adequada para captar a imagem: ele fotografou ali mesmo, nas prateleiras, ali, onde eles estavam. Fez uma espécie de ready-made ao contrário: em vez de deslocar um objeto banal para um espaço com status artístico (um museu ou um estúdio fotográfico), enquadrou o objeto no próprio local em que estava e trouxe para um “espaço de arte” (a galeria ou as páginas de uma revista) apenas a sua imagem, filtrada e construída, obviamente, pelo seu olhar, com auxílio técnico da câmera fotográfica.

Parece bobagem. Mas, pode ter certeza: quem olhar e ver essas fotos jamais vai olhar para esses bibelôs da mesma maneira. Daqui pra frente, eles sempre estarão em transe.

Mesmo aquele inocente e kitsch pingüim que você tem em cima da geladeira.

Ademir Assunção

Serviço
de terça a sábado, da 10h às 21h
domingo, das 16 às 20h
club noir. rua augusta, 331. 3255 8448




sexta-feira, 18 de março de 2011

Metrópolis- TV Cultura- destaca o espetáculo PINOKIO.

Clique no link abaixo para assistir a matéria.

O Estado de São Paulo: Roberto Alvim visita clássico de Collodi.

Do site: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110317/not_imp692968,0.php

Maria Eugênia de Menezes - O Estado de S.Paulo

Inventar o futuro. Parece ser essa a ambição a nortear a criação do diretor Roberto Alvim. A concepção de uma cena que dê conta do contemporâneo não apenas em seus procedimentos e formas. Que não se restrinja às propaladas desconstruções ou sistemas pós-dramáticos. Em Pinokio, novo espetáculo da Cia. Club Noir que estreia hoje, Alvim lança-se em um território que pretende exceder o drama, extrapolar o teatro. Sem meneios, declara a intenção de nos apresentar um instantâneo do que seria um novo homem, uma humanidade para além do humano.

Edson Kumasaka/Divulgação
Edson Kumasaka/Divulgação
Invenção. Peça utiliza linguagem repleta de neologismos para tratar de um ser formado por pedaços de corpos e de objetos

Não são modestas as intenções do encenador. Depois de mergulhar na obra do norte-americano Richard Maxwell para compor Tríptico - um conjunto de três peças levado ao cartaz em 2010 -, Alvim volta-se agora a um texto de lavra própria. Debruçado sobre a fábula clássica de Carlo Collodi, visita a história do boneco transformado em menino para trilhar um percurso às avessas. Neste Pinokio, são os homens que passam pela experiência de tornar-se outra coisa, uma espécie de máquina surgida da sobreposição de pedaços de corpos e de objetos.

Na contramão de qualquer apego a uma suposta essência humana, o diretor demonstra-se devoto de uma ideia de identidade que não precisaria ser descoberta, mas forjada. "Existe uma recusa a essa máxima de "conhece-te a ti mesmo". A luta é por encontrar não dentro de nós, mas fora de nós, em outras paisagens, a ideia de humanidade."

Novas maneiras de existir e habitar o mundo demandam também uma nova linguagem. Para erigir o seu drama não dramático, Alvim dispõe de uma língua reinventada. Eivada de neologismos e construções sintáticas inusuais, a peça transporta o espectador a um lugar desconfortável, onde não é possível seguir a semântica do que está sendo dito.

A ambição, que resvala na proposta de precursores como o dramaturgo francês Valère Novarina, é a de criação de uma estrutura em que nada precisa ser necessariamente compreendido. Entra em derrocada a noção de entendimento, desponta a de experimentação.

Se o intuito que atravessa Pinokio é atingir o público em seus sentidos, isso não o torna menos cerebral. Ainda que Alvim não alardeie suas referências, é difícil não vislumbrar na sua ficção rastros e desdobramentos das proposições de filósofos, como Gilles Deleuze. Transversalmente, surgem evocações a conceitos cunhados pelo autor de Mil Platôs, como "linhas de fuga", "rizoma" ou "máquina desejante".

A transposição do texto à cena sugere uma continuidade do projeto estético no qual a Cia. Club Noir persevera desde sua criação, em 2008. Assim como nas montagens anteriores, será possível antever a marca de uma encenação minimalista: a luz rarefeita, a cenografia que tende ao abstrato, a elocução lenta, em que a palavra encontra relevos inesperados. Todos esses traços, porém, teriam atingido agora certo paroxismo.

Radicalizados ao extremo, o imobilismo e a propensão à escuridão levaram o grupo a um lugar praticamente sem saída. "É como se tivéssemos forçado esse sistema a um ponto que decreta a sua morte. Não tenho a menor ideia de para onde vamos depois deste trabalho, nem se é possível continuar a fazer peças." Talvez no teatro, como na vida, render-se ao desconhecido seja um risco que valha a pena correr.

PINOKIO
Club Noir. Rua Augusta, 331, telefone 3255-8448. 5ª a sáb., às 21 h; dom., às 20 h. R$ 10. Até 15/5.



quinta-feira, 17 de março de 2011

Pinokio. Folha de São Paulo.



"Pinokio" desestabiliza a lógica do teatro


Espetáculo escrito e dirigido por Roberto Alvim, que estreia hoje, radicaliza experiências do grupo Club Noir

Inspirada na fábula "Pinóquio", peça busca a renovação teatral com dramaturgia desconexa e linguagem poética

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "Pinokio", nova peça do grupo Club Noir que estreia hoje, uma personagem questiona-se sobre a invenção com a qual se defronta.
"O que era aquilo?", ela se pergunta antes de deixar de ser para sempre quem foi um
dia. "Aquilo, isto, o que é?" A cena retrata o primeiro contato de um homem com algo nunca visto, experiência tão desestabilizante quanto renovadora.
"Pinokio" é um convite para a plateia se confrontar com o desconhecido.
Busca a renovação da cena teatral, a reativação do poder desta arte de despertar sensibilidades adoecidas pelo fluxo contínuo de mediocridade que contamina o teatro e o mundo de hoje.
"Pinokio" é inspirado na fábula "Pinóquio", de Carlo Collodi (1826-1890).
O espetáculo escrito e dirigido por Roberto Alvim apropria-se do conceito de transmutação impregnado na história deste boneco que se torna homem para transformar seres humanos em uma outra coisa, através da hibridação de corpos e máquinas. O homem surge com status de ícone através de personagens que rejeitam o comportamento padrão da existência cotidiana.

ESTÁTUAS
Em cena, Juliana Galdino, Rodrigo Pavon e os demais atores mais parecem estátuas evocando um novo mundo, cuja atmosfera, criada por uma tinta a óleo preta que escorre das paredes do palco, é ao mesmo tempo negra e úmida.
""Pinokio" nasce da percepção de que a maneira como nós classificamos a condição humana é banal e limitadora. A arte não deveria reiterar a ideia de ser humano burguês. Arte tem a ver com liberdade", fala Alvim.
A trama inexistente, composta por uma dramaturgia bastante fragmentária, desconexa e próxima da lógica da poesia, chega ao extremo do essencial, dispensando muitas vezes o uso de frases completas.
Alvim restitui o poder oculto das palavras, servindo-se sobretudo de sua força primária, potencializada através da cena penumbral.
Sugere assim um universo misterioso, só passível de ser desvendado com a contribuição do inconsciente dos espectadores.
"A criação desta linguagem instiga o imaginário na invenção de novos significados, redefine a estrutura de pensamento e sensibilidade, reconstruindo o modo de estarmos no mundo", explica o diretor.

PINOKIO

QUANDO de qui. a sáb., às 21h, e dom., às 20h; até 15/5
ONDE Club Noir (rua Augusta, 331; tel. 3255-8448)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

segunda-feira, 14 de março de 2011

Revista Folha de São Paulo destaca a estréia de PINOKIO


No contraluz
MARIA LUÍSA BARSANELLI

O nome remete à fábula do boneco de madeira escrita pelo italiano Carlo Collodi (1826-1890). Mas "Pinokio", a nova peça do Club Noir, que estreia na quinta (17), apenas alude à história.

O texto do diretor Roberto Alvim se apropria do conceito de transformação da obra de Collodi para evocar um mundo imaginário em que humanos se misturam a máquinas. Com uma linguagem inusual, a dramaturgia busca incitar a subjetividade do espectador. Confira a explicação de Alvim para alguns conceitos da montagem:

Fala
Há muitos "planos vocais" nas falas e não há interação entre os personagens -ou "figuras" como o diretor prefere chamá-los. "Às vezes existem cinco frases dentro de uma só. São monólogos articulados. Algo evocado em uma fala reverbera na seguinte."

Iluminação
Não há refletores, apenas uma linha branca néon ao fundo, um quase círculo vermelho e uma luz lateral no rosto dos atores. Eles estão sempre no contraluz. "São figuras silhuetadas. Assim, o público pode projetar nelas conteúdos do seu inconsciente."

Umidade
No cenário preto, o chão de mármore craquelado e os tecidos do figurino são alguns dos poucos elementos que criam a textura visual da peça. Um verniz nas paredes dá a ideia de umidade, uma alusão ao ambiente "onde se que gera a vida".

Círculo inacabado
O desenho do círculo vermelho néon ao fundo do palco não se fecha. "É uma síntese que não se dá, como um futuro incerto. É difícil de verbalizar, mas é resultado de uma proposta que a gente tem há muito tempo: uma alteridade radical em cena."

sexta-feira, 4 de março de 2011

PINOKIO é a nova peça do Club Noir.



“Pinokio”, novo trabalho da companhia Club Noir, culmina e sintetiza toda a técnica original que desenvolvemos em nossos 5 anos de trajetória. É nossa obra definitiva, que concretiza nossa pesquisa de criação de alteridades radicais em cena. (Roberto Alvim, diretor.)

O título faz menção à fábula de Carlo Collodi, na qual um boneco transforma-se em ser humano. Aqui, seres humanos metamorfoseiam-se em uma espécie de transhumanidade, através da hibridação de corpos e máquinas. A ação se dá em um mundo inteiramente inventado, habitado por criaturas que existem através de uma linguagem neológica, configurando uma nova mitologia.



Serviço:

“Pinokio”

Texto e direção: Roberto Alvim.

Elenco: Juliana Galdino, Rodrigo Pavon, Janaína Afhonso, José Geraldo Jr. e Katiana Rangel

Quando: de quinta a sábado, 21h; domingo, 20h.

Onde: Club Noir. Rua Augusta, 331, Consolação, São Paulo.

Informações: 3255-8448 / 3257-8129.

Ingressos: R$ 10,00.

Duração: 50 minutos.


terça-feira, 1 de março de 2011

Club Noir no programa Starte - Globo News

Diversidade de repertório toma conta das salas de teatro

Veja quatro peças de diferentes gêneros que estão em cartaz no Rio de Janeiro e de São Paulo no verão de 2011.

Na histórica Rua Augusta, em São Paulo, uma nova companhia, em um novo teatro, o Club Noir, escolheu o texto de um dramaturgo norte-americano para dar ênfase à palavra e falar, na penumbra do teatro, da realidade em que vivemos. No Rio de Janeiro, a peça "Me salve, musical" usa o próprio teatro como tema e faz pensar através de bons momentos de farsa e de comédia. O programa mostra também os bastidores da peça "Shakesparque", uma montagem imperdível com trechos de clássicos do bardo, que tem lotado um dos cenários mais bonitos do Rio de Janeiro: o Parque Lage.