teatro - bistrô - café - livraria - jazz

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rua augusta 331 consolação tels:3255-8448 * 3257-8129

quarta-feira, 20 de março de 2013

Roberto Alvim no Mistura Fina

sexta-feira, 8 de março de 2013

GRIMORIUM ENCERRA A MOSTRA BRASILEIRA DE DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA DO CLUB NOIR. EM 8 MESES, 8 PEÇAS E UMA NOVA GERAÇÃO AUTORES




No palco, oito atores - Bruno Ribeiro, Ricardo Grasson, Fernando Gimenes, Frann Ferraretto, Gabriela Ramos, Paula Spinelli, Marcelo Rorato e Luiz Felipe Bianchini. Juliana Galdino é responsável pelo figurino. A montagem de Roberto Alvim privilegia o minimalismo em elementos como a imobilidade dos atores, que se desdobram em movimentos reduzidos e desacelerados, ambientados por uma luz fria e de penumbra. A oitava produção do evento tem seu nome tirado de uma espécie de bíblia satânica, livro de magia negra do século XVIII, repleto de invocações de criaturas infernais. A peça remete a uma súplica demoníaca: dois feiticeiros (um homem e uma mulher) inventam, por meio da linguagem, uma nova criatura, que vai habitar e povoar um novo mundo. Mas a evocação abre portais insuspeitados, permitindo a presença de uma série de criaturas mágicas, que passam a habitar os corpos daqueles que a criaram, instaurando um processo caótico e incontrolável de criação e destruição. O autor Alexandre França inspirou-se no poema clássico Teogonia, do grego Hesíodo, o mais antigo poeta de que se tem notícia; na obra Metamorfoses, do poeta latino Ovídio; e no gênesis bíblico. A peça fala sobre a construção de um novo mito de criação. "Grimorium é o testemunho do primeiro mito de criação transumano. As vozes se constroem, se destroem, se recriam. É um processo que se dá em desdobramentos internos e externos. A impressão é que não sabemos de onde as criaturas da peça surgiram. Novas aparecem em cena, baseadas nas primeiras, enquanto as figuras se transformam em outras. Foi a aposta mais alta que já fiz em termos de investimento artístico", conta o autor. A Mostra Brasileira de Dramaturgia apresentou as seguintes peças: HIERONYMUS NAS MASMORRAS (de 17 de julho a 9 de agosto), (EM) BRANCO (14 de agosto a 6 de setembro), AQUI (de 18 de setembro a 11 de outubro), HAPPYCINIO (de 16 de outubro a 8 de novembro), PROCURADO (13 de novembro a 6 de dezembro), FATIA DE GUERRA (de 15 de janeiro a 7 de fevereiro de 2013), AGRONEGÓCIO (de 12 de fevereiro a 7 de março). 


estreia 12 de março

CLUB NOIR - Rua Augusta, 331 - Consolação - Telefone - 3255-8448 / 3257-8129. Ingresso: gratuito (senhas distribuídas 1 hora antes do início do espetáculo). Duração: 40 minutos. Temporada: terças, quartas e quintas às 21h.  Assessoria de Imprensa: Arteplural. Realização: CLUB NOIR. Capacidade: 42 lugares. Classificação etária- 16 anos.

sábado, 2 de março de 2013

Últimas semanas

Por Juliana Galdino:


Quase dois anos trabalhando num projeto que, certamente, foi dentre todos o mais ambicioso e também o mais gratificante realizado pelo CLUB NOIR até o momento: PEEP CLASSIC ÉSQUILO.

vencedor do prêmio APCA
vencedor do prêmio GOVERNADOR DO ESTADO
indicado pela revista BRAVO como melhor espetáculo de 2012
considerada a melhor estréia nacional pela FOLHA DE SÃO PAULO

ÚLTIMAS SEMANAS!
sexta 20h- AS SUPLICANTES e OS PERSAS
sábado 20h- SETE CONTRA TEBAS e PROMETEU
domingo 19h- ORESTEIA I e II

CLUB NOIR rua Augusta 331 3255-8448

Agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram essa obra existir.




sexta-feira, 1 de março de 2013

Site Curto Circuito Cultural





segunda-feira, 25/02
Fundada em 2006 por Roberto Alvim e Juliana Galdino, a companhia Club Noir vêm desenvolvendo trabalhos em uma das ruas mais diversificadas de São Paulo. A escolha pelo local surgiu “por acaso”. “Estávamos jantando no restaurante Piollin, que normalmente oferece descontos para a classe artística. Depois do jantar, quando estávamos caminhando pela Rua Augusta, vimos uma placa de “aluga-se” na frente deste imóvel. Resolvemos, em um impulso, retirar a placa e ligar para o proprietário no dia seguinte. Em três dias já estávamos lá dentro, começando a arrumar o lugar. No início, o sustentamos dando aulas – pagávamos o aluguel com o dinheiro das mensalidades dos alunos. Mas, menos de três meses depois que ocupamos o espaço, ganhamos o Programa de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo para construirmos ali nosso teatro-sede”, explica Roberto Alvim.

De acordo com Alvim, a companhia surgiu do desejo de trabalhar em um projeto de vida
de longo prazo, que envolvesse outros artistas em uma irmandade de posicionamento
existencial e estético. “Desejo de fazer obras de arte, sem nenhuma concessão a formas
e discursos hegemônicos, ampliando nossas vivências em direções desconhecidas.”

Com funcionamento de terça à domingo, são apresentados no espaço diversos trabalhos.
“Atualmente, apresentamos de terça à quinta, às 21h, a Mostra Brasileira de Dramaturgia
Contemporânea, que reúne a encenação de 8 peças inéditas de novos autores. A
entrada é gratuita. E de sexta à domingo (sextas e sábados às 20:30h, domingos às
19:30h), estamos apresentando o projeto Peep Classic Ésquilo, no qual encenamos a
obra completa do primeiro autor da história do teatro. Os ingressos custam R$ 20 reais
(inteira) e R$ 10 reais (meia para estudantes, professores, classe artística, idosos).
Quanto às oficinas: eu dou uma oficina de dramaturgia aos sábados, de 10h às 13h, com
entrada gratuita e a Juliana coordena duas oficinas de atuação, de segunda à quinta, pela manhã”.
Quando a companhia recebe patrocinio, eles procuram oferecer as atividades que
acontecem no espaço de forma gratuita ou com preços populares. “Atualmente, temos o
Fomento ao Teatro (que está patrocinando nossas montagens das tragédias de Ésquilo),
e temos também o Procultura do MINC – FUNARTE, que está patrocinando nossa Mostra
Brasileira de Dramaturgia Contemporânea”, ressalta.

club1

Trajetória
Somente no ano passado, o Club Noir realizou 15 estreias “com uma reverberação excelente de público e crítica”. Recentemente, a companhia recebeu o prêmio APCA pelo projeto Peep Classic Ésquilo, sendo também eleita por um grupo de críticos da Folha de São Paulo como a melhor estreia do teatro nacional em 2012 . Sobre o diferencial do grupo, Alvim responde: “Nosso trabalho se pretende singular. Ninguém faz o que fazemos, em nenhum lugar do mundo. Não estou dizendo que é bom ou ruim, isso cabe a cada um decidir. Mas trata-se de uma contribuição que até então nenhum outro artista havia dado para a história do teatro. Ir ao Club Noir significa caminhar por veredas estéticas desconhecidas.”

O destaque do trabalho realizado pelo grupo está no tipo de teatro que é feito pela
companhia. “Criamos um sistema cênico original, que se desdobra de diferentes e
imprevisíveis modos em cada uma de nossas montagens. Para saber mais a respeito,
recomendo que se leia meu livro chamado Dramáticas do Transumano, lançado pela editora 7 Letras. Trata-se de um teatro de invenção radical, que recusa sistemas formais reconhecíveis, e que se norteia por uma transfiguração poética do real, através da instauração de outros mundos, habitados por outras formas de vida.”

club2

Viver de arte no Brasil
Dentro de uma metrópole com tantas ideologias, tribos e caminhos a percorrer, sustenta-
se como artista requer muito trabalho e empenho. “Se você faz teatro de arte, isto é,
obras de invenção, que procuram trilhar caminhos estéticos desconhecidos, então só é
possível fazê-lo (e sobreviver disso) em São Paulo. Nesta cidade há interesse do público
por trabalhos de invenção, e há mecanismos estruturantes (como o Fomento ao Teatro,
por exemplo) que tornam possível a vida de uma companhia como o Club Noir”, diz
Roberto e ainda destaca: “Há pelo menos 50 companhias como a nossa em São Paulo,
todas com casas lotadas todas as noites, fazendo obras sem concessões ao senso-
comum.”

Além do lado artístico, viver de arte no Brasil requer um olhar empreendedor. “Em teatro
não há um mercado que vai te assimilar – a não ser que você queira fazer produtos
culturais. Mas se seu interesse é no teatro como arte, então você tem que se juntar com
aqueles que acreditam nas mesmas coisas, criar uma companhia e começar a trabalhar,
de modo kamikaze à princípio. E aí, com a gradativa reverberação de seus primeiros
trabalhos, começar a pleitear apoios financeiros em Editais públicos”, evidencia e ainda
fala se é possível conciliar arte e empreendedorismo: “Existe interesse e público para
todos os tipos de obras em uma cidade cosmopolita como São Paulo. Portanto, não há
que se conciliar nada: fazemos obras de arte para o outro – que são aqueles que vêm ao
nosso teatro, dialogar e experienciar nosso trabalho. É um processo único e orgânico, que
envolve a elaboração das obras e a apresentação delas ao público que se interessa pelo
que fazemos.”

Para quem está começando nessa estrada, Alvim dá a dica: “Juntar-se àqueles que se
comprometam com o mesmo projeto de vida, criar uma companhia e trabalhar”, finaliza.
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