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segunda-feira, 18 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O Estado de São Paulo destaca "Hieronymus nas Masmorras" no FRINGE
Evento consagra nomes da cena local
Em sua 20ª edição, mostra revela emergência de criadores curitibanos
Maria Eugênia de Menezes - O Estado de S.Paulo
CURITIBA - O Festival de Curitiba atirou no que viu e acertou no que não viu. Na hora de montar a programação deste ano, os curadores se preocuparam em apontar o fortalecimento de uma vertente nacional: a dramaturgia.
Antes do Fim. Apoiada em texto do paranaense Marcelo Bourscheid, encenação de Marcos Damaceno se destacou no festival
Foi dentro desse espírito que a mostra paranaense elegeu a emergência de jovens autores como ponto de interesse. A grade oficial tratou de sublinhar uma nova geração, principalmente carioca, que despontou há menos de uma década e dá, agora, os sinais de uma produção mais alentada. Mas, certamente não encontramos aí o que essa 20.ª edição apresentou de notável.
Ainda que tenha acertado em algumas escolhas do eixo Rio-São Paulo, em 2011 Curitiba não se destacou pelo que trouxe de fora. Ao contrário. Surpreendeu pelos sinais de fortalecimento que o seu próprio teatro exibe.
No Fringe, grupos locais de renome revelaram continuidade de suas pesquisas estéticas, aprofundando inquietações. Com Oxigênio, talvez o melhor espetáculo visto nesta edição, a Cia. Brasileira de Teatro mostrou como a maturidade de um conjunto de artistas pode vir acompanhada de frescor e vivacidade. Já a Cia. Marcos Damaceno se firmou pela segurança com que conduziu Antes do Fim. Apoiado no texto do paranaense Marcelo Bourscheid, Damaceno erigiu uma encenação que, sem solapar os vínculos com a tradição do teatro dramático do século 20, não deixou de abrir espaço para a vertente narrativa da obra nem para seus escapes líricos.
A cena da cidade se redesenha também pelo surgimento de uma novíssima leva de dramaturgos. Nomes que não aparecem ligados por uma temática. Não é disso que se trata. Mas que compartilham de um anseio: a invenção de outras possibilidades de se construir narrativas cênicas.
Voltada a novas estratégias de dramaturgia, a mostra Outros Lugares evidenciou autores principiantes. Luiz Felipe Leprevost sobressaiu-se aí com O Butô do Mick Jagger, espetáculo tão irregular quanto promissor. Mais consistente é Hieronymus nas Masmorras, criação de Leprevost que integrou a Mostra Sesi de Dramaturgia e mereceu leitura potente de Roberto Alvim, da paulistana cia. Club Noir.
No mesmo caminho de recusa às formas dramáticas convencionais, encontramos alguns experimentos curitibanos. Homem-Piano, da CiaSenhas de Teatro, confirma o pendor performativo da cena atual. Outros trabalhos mantêm no horizonte o desejo de contar uma história. A Pausa Cia. consegue passear com graça pelos contos de Machado de Assis em Roteiro Escrito com a Pena da Galhofa e a Tinta do Inconformismo. Já no aparentemente despretensioso Ela i Eu Ou Nada Que Transpareça o cômico serve de disfarce para uma reflexão sobre a metalinguagem e os procedimentos próprios do teatro contemporâneo.
Em meio a tantas propostas não é fácil encontrar pontos de convergência. A linguagem surge manejada de formas diferentes. Com graus distintos de elaboração e acabamento. A amalgamar tudo isso talvez só reste uma certeza: nos próximos anos, prometem soprar do Sul os ventos que movimentam o novo teatro brasileiro.
* A repórter viajou a convite da organização do festival.
Folha de São Paulo destaca "Hieronymus nas Masmorras" no FRINGE
Festival revela peças que buscam nova escrita teatral
CHRISTIANE RIERA
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA
Uma volta à dramaturgia de autor. É no campo da busca por uma nova escrita para a cena que se destacaram os espetáculos mais comentados na capital paranaense ao longo do maior festival de teatro deste país, que terminou ontem.
O enfoque seguro da mostra principal se deu com adaptações de clássicos por companhias estáveis, tais como o Grupo Galpão em "Tio Vânia" ou os Clowns de Shakespeare em "Ricardo 3º". É inegável, porém, a abertura para a diversidade na escolha de textos por dramaturgos brasileiros.
Newton Moreno com "O Livro" e "Sonhos para Vestir", escrito e interpretado por Sara Antunes, propuseram jogo cênico por meio de palavras.
"Savana Glacial", de Jô Bilac, e "As Próximas Horas Serão Definitivas", de Daniela Pereira de Carvalho, apresentaram dramaturgia elaborada, calcada em tramas.
Em "Estilhaços", escrito e dirigido por Eduardo Wotzik, texto e espaço em fragmentos diluíram palco e plateia.
Todos acima são espetáculos cariocas, vertente clara desta edição, alguns, inclusive, com apelo comercial.
É o caso de "Comedia Russa" e "Me Salve, Musical", ambos escritos por Pedro Brício. Da cena paulista, além de montagens para agradar o público, a única exceção experimental foi Ivam Cabral com "O Último Stand UP".
Na dramaturgia coletiva, o excelente "Adultério", criado pela Cia. Atores de Laura, e a Sutil Cia. com Felipe Hirsch, de volta ao caro tema do rock que celebrizou o grupo, com "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas", parte dois da trilogia "Som & Fúria".
O Fringe mostrou-se ainda mais pulsante. Márcio Abreu surpreendeu com seu "Oxigênio" em alta voltagem e Luiz Felipe Leprevost, jovem curitibano autor de "Hieronymus nas Masmorras", inovou sob direção de Roberto Alvim e interpretação marcante de Juliana Galdino.
Em plena ascensão, a cena local trouxe à tona Marcos Damaceno, Diego Fortes, Alexandre França, Nina Rosa Sá e Andrew Knoll. Em comum, temas familiares ou domésticos despretensiosos, quebrados por linguagem cênica inventiva. Berço de Paulo Leminski, Valêncio Xavier e Manoel Carlos Karam, Curitiba reafirma sua forte verve criativa, agora também em dramaturgia.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Agenda do Ciclo de Palestras e Debates - Pinokio
A Cia Club Noir realiza em seu teatro o Ciclo de Palestras e Debates - Pinokio.
A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados no dia de cada palestra à partir das 20:30. O início das palestras será às 22h.
*lugares limitados
O ciclo começou no Sábado passado (dia 9/04) com o palestrante dr. Benilton Bezerra Júnior.
DR. JORGE FORBES
DIA 16 DE ABRIL DE 2011
Jorge Forbes é psicanalista e médico psiquiatra em São Paulo. Mestre e doutor em Psicanálise; Universidade de Paris VIII e Universidade Federal do Rio de Janeiro, respectivamente. É um dos principais introdutores do pensamento de Jacques Lacan no Brasil, de quem frequentou os seminários em Paris, de 1976 a 1981. Teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral. Preside o IPLA - Instituto da Psicanálise Lacaniana e o Projeto Análise (www.projetoanalise.com.br). Dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano - USP. É "A.M.E." Analista Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Escola Européia de Psicanálise. Tem vários artigos publicados no Brasil e no Exterior e é autor, dentre outros livros, de Você Quer o Que Deseja?, em que trata de uma psicanálise além Édipo, própria ao novo homem desbussolado da globalização.
É co-autor de A Invenção do Futuro, em que pensa soluções para viver nessa nova era de quebra dos ideais. Também colabora frequentemente com a grande imprensa, sendo curador e conferencista do Café Filosófico da CPFL – TV Cultura.
EDUARDO GIANNETTI
DIA 23 DE ABRIL DE 2011
Eduardo Giannetti é graduado em Economia e Ciências Sociais pela USP. PhD em Economia pela Universidade de Cambridge. É professor titular do Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa em São Paulo e autor de diversos artigos e livros, entre os quais: Beliefs in action (1991); Vícios privados, benefícios públicos? (1993); As partes e o todo (1995); Autoengano (1997); Nada é tudo (2000); Felicidade (2002); O valor do amanhã (2005); O livro das citações (2008) e A ilusão da alma (2010). Eleito como o “Economista do Ano” em 2004 pela Ordem dos Economistas de São Paulo. Duas vezes ganhador do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
LUIZ FERNANDO RAMOS
DIA 30 DE ABRIL DE 2011
É graduado em Ciências Sociais pela FFLCH- USP e em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Fez mestrado em Artes Cênicas na ECA-USP e doutorado em Literatura Brasileira na FFLCH-USP. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da USP entre 2006 e 2010. Realizou pesquisas em torno da produção teatral de Gordon Craig, Samuel Beckett, Tadeusz Kantor, José Celso Martinez Corrêa e Martins Pena. Foi presidente da Abrace - Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, no biênio 2008-2010. É professor do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo desde 1998, lecionando as disciplinas de História, Crítica e Teoria do Teatro. É pesquisador do CNPq, coordenador do GIDE - Grupo de Investigação do Desempenho Espetacular e crítico de teatro da Folha de S. Paulo.
sábado, 9 de abril de 2011
Juliana Galdino faz leitura de Fatia de Guerra, de Andrew Knoll
A leitura ocorreu na Cia Brasileira de teatro e fez parte do projeto "em companhia de (...)", demtro do Festival de Curitiba 2011.
Juliana Galdino leu Fatia de Guerra, texto do curitibano Andrew Knoll (integrante do Núcleo de Dramaturgia SESI PARANÁ, com coordenação de Roberto Alvim).
Abaixo a publicação do autor em seu blog http://knollandd.blogspot.com/2011/04/fatia-de-guerra-leitura-na-cia.html
Ontem, 06/04/2011, 18:00h, aconteceu na sede da Cia Brasileira de Teatro, a Leitura do texto FATIA DE GUERRA, de minha autoria, no evento intitulado “em companhia de (…)", no Festival de Curitiba 2011.
a Leitura foiexecutada pela atriz Juliana Galdino, sob direção de Roberto Alvim, ambos da Cia Club Noir.
Depois de um dia turbulento de trabalho na produção de vídeos, e do ensaio para o outro texto de minha autoria – DEVASTIDÃO, para a MOSTRA SESI DRAMATURGIA – depois da imobilidade de 3 minutos em frente à porta do teatro, subi as escadas do prédio da Cia. Brasileira de Teatro.
Entrando na sala, notei o pesado silêncio que ali havia se instalado. A leitura já estava em andamento.
Na penumbra, no canto mais extremo e escondido da sala, temendo chamar atenção, não consegui tirar os olhos da figura vigorosa que, demonstrando uma técnica controlada, numa leitura rica em nuances, timbres, velocidade, tempos, exato controle sobre a atenção, de forma fluente - o que só uma atriz com técnica e dedicação suficiente poderia dispôr, sob uma direção precisa como foi a do Roberto - realmente um exemplo para toda a nossa geração - com uma naturalidade impressionante, fazia com que eu identificasse as palavras que um dia me propus a escrever, tomando agora, dimensões a se desenvolver e ecoar na efemeridade do tempo, na corporalidade do espaço.
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Era "apenas" uma leitura, e no entanto, não vi da parte dela, nem do Roberto, desleixo para com o trabalho. Em nenhum momento.
Pelo contrário. Todo o respeito lhe foi imbuído, desde o seu primeiro contato.
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Lá pelo fim da leitura, ela não se conteve, e emocionada, com a garganta presa, deixou as lágrimas rolarem, em frente a todos. Senti a atmosfera da sala mudar. Também, junto com ela, não deixei de me emocionar.
Mas, para fora de qualquer vaidade a n=me puxar para uma possível credulidade cegante que as condições do evento em si poderia sugerir, foi realmente uma ótima leitura, e pude constatar - avaliando comentários como os de Márcio abreu, feitos ainda no calor do evento - que o texto é sim capaz de ser também um objeto de comunicação, e, principalmente, de expansão de um modo de escrita que, para mim, está apontando no horizonte, e que também espero, que esteja apontando horizontes, num movimento que está julgo estar no seu início, e a ter de reinventar, possivelmente, técnicas específicas que possam dar conta destas novas abordagens.
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Só tenho a agradecer a dedicação do que, julgo, deveria ser parâmetro geral para toda a geração de atores/atrizes que aí estão, visando o que ainda está por “se fazer”, afim de que possamos vislumbrar sobre possibilidades de encenar estes textos que estão sendo escritos agora, para este momento, ou para o momento vindouro. Sim - o vislumbre que se faz saudável, premente e urgente.
E, arriscando por cima, só com uma técnica afiada, exata , precisa – o que só se consegue com o debruçar-se com o devido rigor físico e intelectual sobre o trabalho, qualquer que seja este - e com o controle desta, por parte dos possíveis atores que se disporem ir ao encontro destes textos, é que poderemos apontar caminhos para a possível execução destas novas dramaturgias, afim de relativizarmos que caminhos poderemos apontar para a execução de experiências que possam ser provedoras, compartilhadoras e expansoras destes universos em questão.
* O identificar as questões que cada objeto de dramaturgia propõe, em específico.
* O colocar-se no lugar primordial de quem propõem tais questões, com e nos textos, especificamente, controlando a pretensão natural de querer dirigí-los, preenchendo por demais as lacunas que tais objetos se nos apresentam, dando assim uma sugestão finita para algo que, a meu ver, tende a nascer com o propósito ser, desde a gênese, um poema infinito.
* O estar aberto a o que eles podem nos oferecer.
Obrigado de todo à Roberto Alvim, por ter compartilhado comigo da leitura deste texto num fim de tarde, na sala da Casa do Damaceno. E à Juliana por ter se disponiilizado para a leitura.
Para mim uma honra, e uma motivação para continuar à escrita - ainda que considere este momento - BOXS, FATIA DE GUERRA, DEVASTIDÃO - como um desenho circular onde a linha já quase tange o ponto de seu início.
Ciclo de palestras e debates no Club Noir - Pinokio
Começa hoje (9 de Abril) o Ciclo de Palestras e Debates- Pinokio, no Club Noir.
O primeiro palestrante é o DR. BENILTON BEZERRA JUNIOR.
Acompanhe nosso blog para saber sobre outros convidados e as datas dos debates.
DR. BENILTON BEZERRA JUNIOR
Psicanalista, psiquiatra, professor do Programa de Pós-Graduação em saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Pesquisador do PEPAS - Programa de Estudos e Pesquisas da Ação e do Sujeito, no IMS-UERJ. Membro da direção do Instituto Franco ...Basaglia (ONG que atua no campo da atenção à saúde mental) e da Casa da Árvore (ONG que trabalha na atenção à primeira infância em favelas do Rio de Janeiro). Pesquisador no projeto de cooperação intercultural Brasil/Alemanha PROBRAL (CAPES/DAAD) sobre o tema: "O sujeito cerebral: impacto das neurociências na sociedade contemporânea".
DIA 9 DE ABRIL DE 2011 - 22h00
Evento gratuito - os ingressos serão distribuidos a partir das 20h30
domingo, 3 de abril de 2011
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