No contraluz
MARIA LUÍSA BARSANELLI
O nome remete à fábula do boneco de madeira escrita pelo italiano Carlo Collodi (1826-1890). Mas "Pinokio", a nova peça do Club Noir, que estreia na quinta (17), apenas alude à história.
O texto do diretor Roberto Alvim se apropria do conceito de transformação da obra de Collodi para evocar um mundo imaginário em que humanos se misturam a máquinas. Com uma linguagem inusual, a dramaturgia busca incitar a subjetividade do espectador. Confira a explicação de Alvim para alguns conceitos da montagem:
Fala
Há muitos "planos vocais" nas falas e não há interação entre os personagens -ou "figuras" como o diretor prefere chamá-los. "Às vezes existem cinco frases dentro de uma só. São monólogos articulados. Algo evocado em uma fala reverbera na seguinte."
Iluminação
Não há refletores, apenas uma linha branca néon ao fundo, um quase círculo vermelho e uma luz lateral no rosto dos atores. Eles estão sempre no contraluz. "São figuras silhuetadas. Assim, o público pode projetar nelas conteúdos do seu inconsciente."
Umidade
No cenário preto, o chão de mármore craquelado e os tecidos do figurino são alguns dos poucos elementos que criam a textura visual da peça. Um verniz nas paredes dá a ideia de umidade, uma alusão ao ambiente "onde se que gera a vida".
Círculo inacabado
O desenho do círculo vermelho néon ao fundo do palco não se fecha. "É uma síntese que não se dá, como um futuro incerto. É difícil de verbalizar, mas é resultado de uma proposta que a gente tem há muito tempo: uma alteridade radical em cena."
Um comentário:
o club noir,que me faz,colocar.meu melhor,perfume,roupa,tennis e parar um pouco da minha vida,para ver vcs.concerteza,estarei lá!
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