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sábado, 5 de janeiro de 2013

Fatia de Guerra estreia na Mostra Brasileira de Dramaturgia Contemporânea





O Club Noir já montou cinco peças inéditas da nova geração de autores brasileiros. Os textos desta mostra foram selecionados pelo diretor e dramaturgo Roberto Alvim entre centenas de obras recebidas de diversos Estados do Brasil. O projeto segue com as estreias de Agro Negócio, de Marco Catalão (de 12 de fevereiro a 7 de março), e Grimorium, de Alexandre França (de 12 de março a 4 de abril). Fatia de Guerra A ação é ambientada em um lugar deserto na região Sul do país, durante uma Guerra não definida. Neste clima, o autor lança um olhar profundo sobre a vida de uma família em uma fazenda, aproximando os dramas individuais ao horror da guerra. Tece uma rede de fios produzidos por afetos, memórias e paisagens em que os mundos se confundem, lançando perguntas sobre a origem de toda forma de violência. O texto permite múltiplas perspectivas, instaurando uma polifonia de subjetividades, aliada à coexistência de tempos e espaços distintos. Em meio a esta situação-limite, vive uma pequena e desestruturada família que habita uma fazenda perdida na imensidão dos campos. Um pai, uma filha (ainda criança) e uma cadela doente. A mãe está ausente. A trama se desenvolve em um único dia, aquele em que o pai sacrificará a cadela, como um ato de amor visando abreviar seu sofrimento. A encenação segue a linha de investigação da companhia, pautada por elementos, como a imobilidade dos atores, que se desdobram em movimentos mínimos, desacelerados, ambientados por uma luz fria e de penumbra. Trata-se de um trabalho minucioso dos atores em relação ao emprego musical da voz alternando ritmos, sensações e sobreposições. O projeto artístico do Club Noir sempre foi norteado pela encenação de dramaturgos contemporâneos. Para o diretor Roberto Alvim, "Fatia de Guerra, é uma peça cuja singular estrutura desvela, por meio de uma manipulação pouco usual da linguagem e da ação dramática, uma polifonia de novos modos de subjetivação até então nunca vista na dramaturgia brasileira. Os recursos formais de que o autor se utiliza diluem a diferença entre sujeito e objeto, mundo interno e mundo externo, vida e morte. A obra não define o que é passado e o que é presente. Instaura um insuspeitado espaço mental, no qual tudo pode ser interpretado como reminiscência; ou sonho; ou projeção de memórias; ou mesmo como a consagração de um eterno instante. A escrita de Andrew Knoll é repleta de imagens extraordinárias, que constroem mundos inaugurais na percepção do público". 

FATIA DE GUERRA - de 15 de janeiro a 7 de fevereiro de 2013 
Texto: Andrew Knoll
Direção: Roberto Alvim
Elenco: Juliana Galdino, Renato Forner e Paula Spinelli. 

Sinopse: O mundo visto pelos olhos de um cão doente, prestes a ser sacrificado por seu dono. Em meio a um cenário de guerra, diversas lutas íntimas são travadas, em uma peça que se instaura em deslocamentos entre pontos-de-vista insuspeitados: a visão do cão, a visão da paisagem, a visão de uma arma.



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